A
VESTIMENTA
Os olhos da poesia
lágrimas de cristal e nuvem
espelho mágico
rio paralelo.
Da festa ao funeral
açúcar/sal
deleite/delito
sim e não
alegria aflição
redondo/quadrado
ungido/ceifado.
Na correria
no rastejamento
na queda
na dança
na exaltação
na decadência
na dignidade
na vileza
na edificação
no desmoronamento.
Essa mania que a poesia tem
de vestir beleza em tudo.
Marcelo
Mário de Melo
Moacy
Cirne.
“Quando esteve à frente do “caderno de cultura” do
jornal Correio da Bahia, teve uma atuação decisiva e democrática na divulgação
e na crítica das artes na Bahia, contribuindo para o fortalecimento do circuito
cultural e a credibilidade do jornalismo baiano. Confesso que tive o
privilégio, naquele momento difícil para a arte contemporânea no circuito
cultural de Salvador, contar com o apoio do jornalista e editor para divulgar
meus trabalhos e manifestar as minhas ideias. Muitíssimo obrigado Gutemberg”.
(Almandrade, artista plástico, poeta e arquiteto)
para a nova Pimenta do
Reino
eu falo eu fauno eu fumo
na espuma dos mares
de Zeus ou Vulcano
nos cornos do americano
na pele clara da gema
nas brumas de Ipanema
ou nas Dunas do Barato
na era Atenas me disse
pra Hera nunca dissemos
em grego a deusa do amor
em romano
mamilo de Vênus
também a irmã de Helena
que a um outro rei Prometeu
provocando a ira em Menelau
quando soube que Páris sou Eu
Dioniso das festas de Baco
do vinho dos ritos das juras
Afrodite em mim criatura
Bacante que o cosmo me deu
a puta da ilha de Creta
mulher quando o vinho é na cama
a que sabe beber do que ama
sem pensar no que
Cronos secreta
Artur Gomes
Do livro O Poeta Enquanto Coisa
Editora Penalux – 2020
Lei mais no blog
https://arturgomesgumes.blogspot.com/
Pedra
azul, ilumine Roseana!!!
"PEDRA AZUL
Nos dias em que acordamos
do lado do avesso
e tudo parece que vira
abismo,
basta comprar
no Armarinho Mágico
a pedra azul de mudar
pensamentos.
Segure a pedra com força
e feito um moinho
moendo palavras,
tristeza vira alegria
e dor e poesia."
(* Roseana Murray, poema do livro "Armarinho mágico")
DEGUSTAÇÃO
A lápis e faca
eu afiei minha língua
para saborear silêncios.
Assim
- quase muda -
brindaram-me com poesia
de sobremesa.
(Nic
Cardeal, 02.04.2018 - poema do livro 'Sede de céu', Penalux/2019, p. 110)
Lentamente caminho
neste tempo de crisálida
cuidar-me
recolher-me
junto aos meus
aguardar
o tempo de cura
do fio que costura
a vida
ser absorvido
pelo templo corpo
renovar a casca
e então
borboletar.
Flávia
Gomes
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