segunda-feira, 29 de abril de 2024

pedra pássaro poema - Artur Kabrunco

pedra pássaro poema

 

era uma vez um mangue

e por onde andará macunaíma

na sua carne no seu sangue

 na medula no seu osso

será que ainda existe

 algum vestígio de Macunaíma

 na veia do seu pescoço?

 

na teoria dos mistérios

dos impérios dos passados

 nas covas dos cemitérios

desse brasil desossado?

macunaíma não me engana

 bebeu água do paraíba

nos porões dos satanazes

está nos corpos incinerados

 na usina de cambaíba

 em campos dos goytacazes

macunaíma não me engana

está nas carcaças desovadas

na praia de manguinhos

em são  francisco do Itabapoana

 

Artur Kabrunco

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cor da pele

 

áfrica sou: raiz & raça

orgia pagã na pele do poema

couro em chagas que me sangra

alma satã na carne de Ipanema

 

o negro na pele

é só pirraça

de branco

na cara do sistema

 

no fundo é amor

que dou de graça

dou mais do que moça

no cinema

 

Artur Gomes

Suor & Cio

MVPB Edições – 1985

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