terça-feira, 12 de agosto de 2025

Revirando A Tropicália

Artur Gomes

77 anos de vida

 52 de Poesia Viva

Dia 27 de agosto 20h

Carioca Bar –Rua Francisca Carvalho de Azevedo 17 - Parque São Caetano

Próximo ao Colégio Estadual João Pessoa – Campos dos Goytacazes-RJ

Dia 11 de outubro  18h

Casa AmarElinha – Itaipu – Niterói-RJ

 

1º de Abril

 

telefonaram-me

avisando-me que vinhas

 

na noite uma estrela

ainda brigava

           contra a escuridão

na rua

sob patas

tomavam homens indefesos

 

esperei-te 20 anos

até hoje não vieste à minha porta

 

- foi um puta golpe!

 

Artur Gomes

A Biografia de um poeta Absurdo

https://fulinaimargem.blogspot.com/

 Suspeite da quietude e mansidão

Suspeite na calada da noite

Se puder ouvir com calma o coração

Não acredite muito

Se no meio das sombras

Não houver olhos a te espionar

Suspeite do silêncio Da calmaria

Você pode estar sendo vítima de uma trama

Que te quer calmo e covarde

Não fique parado muito tempo

Que apodrece e cria raízes que aprisionam

Não seja tão acelerado para não se diluir

Ah! Os pombos proliferam nas cidades

E as pessoas lhes dão o que comer

Se chove, correm para os parapeitos

Se o tempo é bom, é indiferente

Se reúnem, e ouve-se seus ruídos uniformes

Que se repetem, se repetem, se repetem...

E os abutres? Os abutres, sobrevoam ávidos!

Sim! Há outros pássaros!

Margareth Bravo

mulher\cidade

 

curto

poema

curto

enxuto

curto e grosso

amo poema osso

 

o corpo

velo\cidade

língua\dente

mulher\cidade

mesmo não fosse

em mim tanto seria

e o que antes não foi feito

estando assim claro faria

algum poema no alvoroço

 

amo

a vera\cidade

amarelinho lapa

cinelândia

qualquer encontro de surpresa

a noite na lua tesa

no parque das ruínas

um beijo na rua guesa

o olhar quase alucina

vidrado em sua íris\retina

no trenzinho pra santa teresa

 

Artur Gomes

leia mais no blog

https://fulinaimicamente.blogspot.com/

Não há nada que não seja Deus

Que não seja eu

Que não seja nada

Não há nada,

Não há nenhum Deus nesse mundo que não seja eu criando possibilidades infinitas

 Não há nenhum Deus em qualquer mundo possível que não seja eu

Manifestando possibilidades infinitas

 Não há nenhum Deus possível em qualquer mundo possível

Que não seja eu gestando possibilidades infinitas de criar

 Não há nada possível que não seja Deus

Nesse mundo e em todos os mundos possíveis e em mim

 Não há nada, nem mundo possível

Que não seja Deus, que não seja eu criando possibilidades

 Não há nada impossível

Então, não há nada que não seja eu

Que não seja Deus

Não há nada

Não há

Que não sejamos nós criando possibilidades infinitas, infinitas, infinitas...

 Não há nada

Não há

 Não há Deus

Não há eu

Não há nada

 

 Margareth Bravo

Leia mais no blog 

https://arturgumesfulinaima.blogspot.com/


*

talvez fosse o amor

o impossível inalcançável

o que procurei

e nunca tive

hoje se o encontrar

com energias outras

sem paixão e sem desejos

o que já sangrei

tanta saudade

somente um beijo

possa estancar tanta vontade

ando dando os primeiros passos para articulista Adoniram perdeu o trem das 11 passou às 7 para o largo do Arouche como ainda não sei o paradeiro pergunto se irina já sambou em Madureira em sua vida severina  se era uma vez um Mangue por onde andará Macunaíma?

Eu estou pensando também passar um tempo no apartamento de Flora que fica no Méier e vasculhar umas coisas no Rio. Preciso achar uma sala equipada  com equipamentos de som e Audiovisual para as Edições da Balbúrdia PoÉtica não quero continuar a fazer em Bar não, apesar e amar falar poesia nos bares desde sempre. 

Eu tenho andado novamente à flor da pele e fazia tempo que a sensibilidade andava tão presente na quinta feira no hotel chorei quando vi a matéria sobre a Balbúrdia.  E os desdobramentos que vieram logo a seguir. O Rafael Gomide me convidou para um almoço pois queria conversar comigo sobre a emoção que sentiu durante o tempo que estava filmando. Disse-me que lembrou muito do pai um pintor que se perdeu no alcoolismo

 o

pensamento ontem deu cambalhotas andou de roda gigante dentro de uma montanha russa tal o abismo de sensações experimentadas ao mesmo tempo em que o pulso pulsa e a lagarta vira borboleta na metamorfose ambulante em que o poema voa atrás do trio elétrico só não vai quem já morreu me disseram isso em um dia marcado como sol de abril e o vento soprava para o lado norte onde nem sei se bem prazer ou sorte não ter-te dado um beijo na boca

Artur Gomes

https://fulinaimagens.blogspot.com/

               Revirando A Tropicália

 

geleia geral arte que renasce

como grão de uma semente

plantada ao chão que Deus me deu

 

sempre Nu cio

ela moça que mora longe

me lança a flecha do outro lado do rio

Itabapoana Pedra Pássaro Poema

música da Tropicália

a sinfonia das águas


Jaz Free Som Balaio

para Moacy Cirne in memória 

 

ouvidos negros milos trumpe nos tímpanos

era uma criança forte como uma bola de gude

era uma criança mole como uma gosma de grude

tanto faz como tanto fez

era uma anti-versão de blues

nalguma night noite uma só vez

ouvidos black rumo premeditando o breque

sampa midinight ou aversão de brooklin

não pense aliterações em doses múltiplas

pense sinfonia em rimas raras

assim quando despertas do massificado

ouvidos vais ficando dançarina rara

ao ter-re arte nobre minha musa Odara

ao toque dos tambores ecos suburbanos

elétricos negróides urbanoides gente

galáxias relances luzes sumos pratos

delícias de iguarias que algum deus consente

aos gênios dos infernos que ardem gemem arte

misturas de comboios das tribos mais distantes

de múltiplas metades juntas numa parte

Artur Gomes

https://www.instagram.com/p/DNQE6OgOVWy/

V(l)er mais no blog

Nação Goytacá

https://arturgumes.blogspot.com/

não me meto nessa treta

minha preta é mais discreta

querubim que me perdoa

não tenho pedra concreta

não vi nem gelo nem granizo

estando são no meu juízo

mesmo na ciência baseado

um grande back fumado

no meu senso mais atoa

só posso dizer que um peixe

vestido de pássaro alado

anda voando de almada

buscando a vida depenada

no cais do porto de lisboa

 

Artur Kabrunco

leia mais no blog

https://fulinaimatupiniquim.blogspot.com/

a navalha na carne
pode cortar
pode doer pode sangrar
e ferir fundo
prefiro a dor  do prazer
do que o riso
sub imundo

Federika Lispector

anti/bíblica

não vou guardar os sábados
em nome de Jesus
e me deixar crucificada numa cruz
que simboliza dor
aos sábados eu pratico a Arte
de fazer Amor

Federika Lispetor

leia mais no blog

https://centrodeartefulinaima.blogspot.co

jura secreta 39

quando tenso
o poema penso
fio suspenso no
Ar

quando teso
o poema preso
peixe surpreso no
Mar




Artur Gomes

leia mais no blog

https://braziliricapereira.blogspot.com

Toda Nudez Não Será Castigada


O face tem censurado e deletado postagens com a explicação de serem spam. na verdade não sei o que isso significa, quando sabemos que o verdadeiro motivo é provocado pelo "falso moralismo" que alastra com relação a arte erótica, seja ela em que linguagem se expressa ou o espaço onde está exposta. Apresentamos aqui o link de um blog com a poesia de Artur Gomes onde você poderá ler poesias que tem sido censurada e denunciada aqui no face. Que tenham todos uma boa leitura e uma bela viagem .

Toda Nudez Não Será Castigada

Artur Gumes

aldeia carioca
para Marko Andrade

ando entre a espada
o revólver e a navalha
o couro cobre a carne
como pano da mortalha
o grito preso na boca
e o relógio de músculos
move o sangue no asfalto
o beijo de cinzas
na quarta/feira antes do carnaval
subo os dois irmãos
o são conrado o vidigal
desce por um beco os farpados
deparo com o vinagre
os cacos de vidros quebrados
o brejo na curva
em frente os arcos da lapa
o samba que foi proibido
rasgaram a pedra do sal

*

poesia me vem dos dentes

das unhas da língua da carne

dos nervos das fímbrias

dos músculos matéria métrica

metáfora dos ossos

em tudo por onde tocar

                     ainda posso

existem almas mansas

leves limpas calmas

e também as espíritos de porca

como a minha

e a de Federico Garcia Lorca


Artur Gumes

com os dentes cravados na memória

nesses 18 dias já de quarentena venho re-visitando textos e poemas inacabados, encontrei este que foi publicado na revista digital Cronópios, acho que em 2008

Mamãe é Brega mas é Xique

Decididamente mamãe não ouve e nem gosta do "rei" Roberto Carlos, porque não tem medo de lobisomem e desde os tempos em que lia José Cândido de Carvalho sabe muito bem quem são os Coronéis. mamãe tem 95 rotações por minuto, mas não perde tempo diante da TV com o Encravo e a Rosa, prefere assistir no TNT O Nome da Rosa, o filme, e fuma um baseado quando lê Umberto Eco e passa a contar o que sobrou.

Mamãe é foda cultiva no jardim flores e trombetas e as vezes sai pelos campos catando cogumelos e ervas cidreiras dizendo que o chá é bom para o fígado, pois tem comido muitas flores que lhe dão indigestão. Mamãe ouve Raul Seixas e sabe de cor toda letra de Ouro de Tolo, e acha que não está com “a boca escancarada cheia de dentes esperando a morte chegar”.

Ela vai pra rua e solta os bichos: 4 gatos recém paridos que amamenta com carinho como se outros filhos fossem, mamãe usa um crucifixo de madeira no pescoço põe alho no bolso e diz que é para espantar as cobras e lagartos que vez em quando aparecem no seu quintal pedindo votos.

Assim que a noite chega ela reza pra são Jorge Ogum Oxossi e todos os caboclos da mata e da cidade porque acha que na cidade é que estão todos os bandidos de colarinho branco. mamãe não dá sopa nem merenda muito menos bolsa escola cheque cidadão e outros baratos e diz não acreditar em esmola, já leu até Bertold Brecht e tem pena dos analfabetos políticos pois acredita que é aí que se encontra a grande miséria humana com que os aproveitadores continuam a se alimentar nos períodos eleitorais para enriquecer suas contas bancárias cada qual com seus laranjas.

Esperta que só ela, mamãe aperta contra o peito uma estampa de Jesus Cristo e fala: “esse é o cara” não enganou o povo com passagem a 1 real taxa de iluminação pública bolsa família bolsa emprego ou bolsa escola, deu passagem de graça, e não precisou se disfarçar com outros nomes deu a cara a forca e não nasceu pra ser otário como jogador de futebol. 

Artur Gomes

in - Viagens InSanas

março de 2020

leia mais no blog

https://fulinaimicamente.blogspot.com/

suspenso
no Ar
não penso
atravesso
o portão da tua casa
o corpo em fogo
a carne em brasa
tudo arde
nas cinzas das horas
no silêncio da tarde
vou entrando sem alarde
sem comício
como o pássaro
que acaba de cantar
em pleno hospício

você pensa que escrevo em rua reta ou estrada sinuosa para você poesia é verso do inverso ou avesso de uma prosa? escrevi pscanalítica 67 em mil novecentos e sessenta e sete numa madrugada de setembro outubro quando visitei meu pai no henrique roxo e vi vespasiano contra a parede dando cabeçadas no manicômio mais uma vida exterminada e no fim das contas noves fora nada tudo o que eu queria dizer naquela hora explode agora quando atravesso o portão da tua casa o corpo em fogo a carne em brasa sem pensar estética estrutura estilo de linguagem sinto o desejo entre os teus mamilos a espera do beijo da esfinge que devora

Artur Gomes
PoÉticas ArturiAnas

carioca

 

baby
vamos passear
por São Conrado 
pela orla de Ipanema
olhar os dois irmãos
a gente salta pra fora do poema
dá um beijo na Rocinha
e faz amor no Alemão

 

transa o sol Copacabana

num domingo da semana

depois das Dunas do Barato

ouvindo um disco da Gal

convida Marisa Mym Mesma

para as Pimentas do Reino

no altar do Reino de Zeus

 

depois uma noite na Lapa

como sempre a cara a tapa

até espantar  fariseus

encontrar no Amarelinho

 poetas  veraCidade

que não matam  em nome de Deus

 

Artur Gomes

Do livro O Poeta Enquanto Coisa

Editora Penalux – 2010

Prefácio Igor Fagundes

Leia mais no blog

https://arturgomesgumes.blogspot.com/


mitologia itabapoânica

 itabapoana a pedra submersa nas águas de são francisco hoje  voa sobrevoa a lama da planície goytacá se desviando dos fungos criados por fezes e urina de ratos e morcegos  que habitaram  páginas de livros antigos fora e dentro dos arquivos - federika bezerra me conta que no período em que se hospedou no hotel amazonas recebeu informações de fontes misteriosas sobre o paradeiro dos tais ratos, morcegos e outros roedores  que surgira  dos esgotos da velha aldeia tupinambara quando seus integrantes passaram pela intrépida cidade 

Gigi Mocidade

leia mais no blog

Itabapoana Pedra Pássaro Poema

https://arturkabrunco.blogspot.com


quarta-feira, 20 de março de 2024

remix fulinaímico

tenho prestado atenção em algumas coisas além da fumaça e do cinza espalhado por sob esse céu de estanho para não dizer de zinco entre um incêndio e outro o pantanal a Amazônia vão se esvaindo em chamas e a vida cada vez mais precária entre os animais humanos onde a ignorância a violência é o saber de muitos e a consciência crítica é o saber de poucos

 

Artur Gomes

leia mais no blog

Artur Gomes – FULINAIMAGENS


remix fulinaímico

suor & cio revisitado

 

a quem interessa o poema

na sala escura do cinema

o verso atravessado na garganta

nesse país que não levanta?

 

entre/aberto

em teus ofícios

é que meu peito de poeta

sangra ao corte das navalhas

minha veia mais aberta

é mais um rio que se espalha

 

na noite uma estrela

ainda brigava contra a escuridão

na rua sob patas

tombavam homens indefesos

e meus versos descarados

em teus lábios – presos

 

gigi em ouro preto

me deu um beijo na boca

quando ouviu

alguém cantando milton

ali em frente no porão

um país incendiado

e o poeta segue sempre

o seu destino em marginalha

o seu caminho em contra-mão

 

Artur Gomes

leia mais no blog

Itabapoana Pedra Pássaro Poema

poesiaprosapoesiaprosapoesiaprosa

para um novo livro livronovo

https://coletivomacunaimadecultura.blogspot.com/


ainda não disse que te amo mas não se assuste o beijo está guardado debaixo dos tecidos que cobrem o esqueleto à flor da pele na carne onde a palavra mora e a lavra aplaca qualquer ferida deixada por alguém que já foi embora

muitas coisas muitas vezes tão distantes me parecem tão presentes que o ausente evapora como éter eternamente simplesmente o rio escorrega por entre pedras e seixos e a vida segue o curso da corrente numa boa a pedra que rola sob o leito d´água muitas vezes voa

 

leia mais no blog

Itabapoana Pedra Pássaro Poema

https://coletivomacunaimadecultura.blogspot.com/


mitologia itabapoânica

 

itabapoana a pedra submersa nas águas de são francisco hoje  voa sobrevoa a lama da planície goytacá se desviando os fungos criados por fezes e urina de ratos e morcegos  que habitaram  páginas de livros antigos fora e dentro dos arquivos federika bezerra me conta que no período em que se hospedou no hotel amazonas recebeu informações de fontes misteriosas sobre o paradeiro dos tais ratos, morcegos e outros roedores  que surgira  dos esgotos da velha aldeia tupinambara quando seus integrantes passaram pela intrépida cidade

 

Gigi Mocidade

leia mais no blog

Itabapoana Pedra Pássaro Poema

https://arturkabrunco.blogspot.com/


tudo aquilo que não digo

 

eu diria

tudo aquilo que não digo

não foi ainda pensado

triturado mastigado consumido

digo

:

preste mais atenção

em tudo aquilo que não digo

me dizia paulo leminski

olhando poema de kandinski

tatuado em meu umbigo

 

EuGênio Mallarmè

leia mais no blog

Itabapoana Pedra Pássaro Poema

https://arturgumes.blogspot.com/




tratado primeiro 

das letras quero tudo da palavra arranco gesto jiddu não me ensinou a mímica das metáforas ficou tudo suspenso cavalo solto no espaço pra quem quiser galopar

* 

laranja cósmica

em são francisco de itabapoana não tem laranja cravo poukan ou mexerica como meus intestinos não vivem  mais sem bagaço de laranja estou importando laranja do cosmo com minha astronômica luneta descobri fartura de laranjas em marte vênus plutão e o irônico é que em são francisco do itabapoana só tem laranjas nos telhados não tem laranjas no chão

 

Federico Baudelaire

Itabapoana Pedra Pássaro Poema

leia mais no blog

https://arturkabrunco.blogspot.com/

*

couro cru & carne viva

adriano moura no prefácio de o homem com a flor na boca foca na obra do  “bardo da cacomanga”  sua poética política e memória. volto um pouco lá atrás ao ano de 1987, para dizer que na obra desse “trovador contemporâneo” sua liberdade criativa provoca, afronta regras, desconstrói linguagens. bota a carnavalha na cara da “louca  das minas”, que em seu surto delirante invade o palco da teatro francisco nunes em belo horizonte e grita que: “liberdade não é libertinagem”. sereno e imperativo o serAfim com a “flor na boca” contua a desfolhar sua bandeira no outro lado do palco na tela:

“no centro do universo te mando um beijo ó amada enquanto arranco uma espada  do meu peito varonil espanto todas estrelas dos beijos  do eternamente pra que acorde toda esta gente deste vasto céu de anil pois enquanto dorme o gigante esplêndido sono profundo não vê que do outro mundo robôs que enrabam ó mãe gentil!

 

Engels  La Puente – do black ryver jardiNÓpolis Batatais

8 setembro – 2024

* 

 

geleia geral

poema para ser cantado/falado nos saraus dos bares por esse brazyl que a tantas eras explode pelos ares

 

“é preciso estar atento e forte

não temos tempo de temer a morte”

                          Caetano Veloso

 

Gilberto Gil cantou

:

começou a circular

o expresso 2 2 2

que parte direto de bonsucesso

pra depois

 

o tempo rei

aponta a flecha

estica a lança

o velho deus mu dança

 

subo nesse palco

minha alma cheira talco

como bumbum de bebê

 

o deus justiça

rola o lance

nos dados sempre seis

 

poesia não cai do céu

é blues rasgado da carne

para o branco do papel

 

com um grito de alerta

:

sou o punk da periferia

sou da freguesia do ó

       ó aqui pra vocês!

 

Artur Gomes

Itabapoana Pedra Pássaro Poema


                   quando tiro os panos

fico nu

o poema muda de cor

      tem outros planos

muda a flor

dos meus enganos

pássaro no ar

               feito  urubu 



mitologia fulinaimânica

 

explicitamente picasso nunca nos disse guernica o que signi-fica o  corpo do fonema aliterações alisam a orelha de van gog fartura farta fogo farra festa federico baudelaire tocando fado pras fadinhas de vênus falarem com a  fênix do farol de alexandria enquanto freud nem fode nem explica o que aconteceu na sexta feira no luau das laranjeiras depois que federika furtou a farinha do desejo de toda família do império das bananas no largo do machado infeliz  das oliveiras

 

Irina Serafina

leia mias no blog

https://arturgumes.blogspot.com/

mitologia brazilianas

breton mastigava poemas de baudelaire no jantar da quinta da boa vista dois anos depois da independência d pedro não conseguiu engolir abapuru no quartel da realeza  leopoldina perambulava distraída e  preocupada com as cartas de bonifácio recebeu notícias que em pernambuco havia chegado um ser estranho pintado em cores assombrosas perturbava a calmaria daquele estado de incertezas para os caminhos da imperatriz uma sombra pairava sobre as  chaves do seu guarda-roupa sem saber ao menos com que roupa iria desfilar no dia de são cristóvão na confeitaria colombo a sua afrodite de vênus 

 

Federika Lispector 

mitologia serafínica

 

irina estava vestida de beatriz primeira posava para mais um clássico do surrealismo de magrite no quarto preparava a cama para a chegada de wermer a alta temperatura do verão de sorocaba alterou a  visão pictórica do pintor da menina dos brincos de pérola que no jardim enfiava o pincel por entre a espessa barba esperando a primavera lady gumes apressada como sempre se aproveitou da cama e vive uma calorosa noite de amor sem mesmo querer saber quem era a serafina debaixo dos lençóis maranhenses

 

Pastor de Andrade

leia mais no blog

https://arturkabrunco.blogspot.com

qualquer noite dessas quero estar em Santa Teresa olhando a lua nova até que se transforme em lua cheia volta e meia dá saudade de um janeiro de dois mil e dez que dá até coceira na sola dos pés vontade de caminhar pelas ruelas rever os trilhos as trilhas tantas por onde um dia revivi teu coração azul passeia por aqui como passarinho mexe com o meu em desalinho e vai pousar em outro ninho teu coração azul é bandeirinha  de volpi enfeitando o meu presente atemporal

tupi or not tupi

Itapetininga pedra de sal no mar de Pirapitanga tem gente que de repente deixou de ser ou já não era¿ quem disse que amor é santo¿ nem tudo que poderia te dizer escrevo nem sei mais quem habita as costas do teu litoral e quantas algas já contei nas asas do temporal imagens em chamas vieram nas entre linhas rasgando as entre minhas esporas palavras dela quem disse que desejo não cabe no poema?

meu objeto do desejo tem nos olhos cor de algas e algum peixe que se foi sem teatro a alma não respira perde-se a vida Serafim Ponte Grande ainda me aponta uma ponte algumas trilhas tenho uma amiga que ainda não sabe quanto é musa — nas Juras Secretas para ela muito já foi escrito e muito mais ainda tenho a escrever até rasgar as entranhas nas armadilhas do ser estou desde dezembro sem poder fazer o que gosto e isso me deixa em desgosto a vida sem tira-gosto vida de gado:

 

Artur Fulinaíma

O Homem Com A Flor Na Boca

https://fulinaimatupiniquim.blogspot.com/

disponível para compra aqui

https://www.editorapenalux.com.br/autor/MzAz/Artur_Gomes


terça-feira, 5 de março de 2024

Artur Gomes - Jogo de Dadaista

jogo de dadaísta

 

não sou iluminista nem pretender

eu quero o cravo e a rosa

comer o verso e a prosa

devorar a lírica a métrica

a carne da musa

seja branca vermelha negra

verde amarela ou cafuza

 

eu sou do mato curupira carrapato

sou da febre sou dos ossos

sou da Lira do Delírio

São Virgílio é o meu sócio

Pernambuco Amaralina vida breve

ou sempre vida Severina

sendo mulher ou só menina

que sendo santa prostituta cafetina

devorar é minha sina e profanar é o meu negócio

 

Artur Gomes

www.secretasjuras.blogspot.com

clique no link para ver o vídeo

https://www.youtube.com/watch?v=48AANxyuZRs


    https://fulinaimatupiniquim.blogspot.com/

segunda-feira, 4 de março de 2024

O Sítio Tio Iuiu, localizado no Macuco, São Francisco do Itabapoana/RJ,

O Sítio Tio Iuiu, localizado no Macuco, São Francisco do Itabapoana/RJ, conhecido por um ser um belo espaço arborizado para a realização de festas, hoje conta com um novo espaço:  O espaço Lazer Tio Iuiu.

Espaço este,  que conta com uma bela piscina estilo prainha, deliciosas refeições e uma belíssima paisagem  para você relaxar e se divertir com sua família.

O espaço Lazer Tio Iuiu, abre suas portas aos sábados e domingos das 9h até às 17h para day use.

Venha e traga sua família para passar conosco um dia agradável em meio esse pedacinho de Natureza.


domingo, 3 de março de 2024

múltiplas poéticas

compartilhando do amigo parceiro KINO3 irmão das Ate Manhas Tchello d´Barros

 

Tenho a alegria de lhes apresentar a capa de meu livro "Cataclísmica", que será lançado dia 22 pela Desconcertos Editora, em São Paulo - SP.

Quem acompanha meu trabalho a mais tempo, sabe que gosto muito desse poema visual aí, pois um labirinto de letras é uma boa metáfora para as vivências de quem escreve.
.........................................................................................

Título: “CATACLÍSMICA” ®
Autor: Tchello d’Barros ©
Gênero: Poesia (100 poemas + um manifesto)
Páginas: 140 págs.
Formato: 14 X 21 cm
Ano: 2024
Edição: Desconcertos Editora
Projeto gráfico: Multi-Prisma
Orelha: Drª. Urda Alice Klueger
Prefácio: Poeta e prof. Franklin Valverde
Posfácio: Prof. Dr. José Endoença Martins
Imagem da capa: “Labiyrinthitesis” - poema
visual de Tchello d’Barros
Preço de capa (pré-venda e lançamento): R$ 50,00 

 

 

 jura secreta 101


tem dias que o amor
é incêndio
arde queima devora

tem dias que é só
mansidão calmaria
             como agora

Artur Gomes Fulinaíma
leia mais em
https://braziliricapereira.blogspot.com/


mulher\cidade

 

curto

poema

curto

enxuto

curto e grosso

amo poema osso

 

o corpo

velo\cidade

língua\dente

mulher\cidade

mesmo não fosse

em mim tanto seria

e o que antes não foi feito

estando assim claro faria

algum poema no alvoroço

 

amo

a vera\cidade

amarelinho lapa

cinelândia

qualquer encontro de surpresa

a noite na lua tesa

no parque das ruínas

um beijo na rua guesa

o olhar quase alucina

vidrado em sua íris\retina

no trenzinho pra santa teresa

 

Artur Gomes

leia mais no blog

https://fulinaimicamente.blogspot.com/

 

 Não há nada que não seja Deus

Que não seja eu

Que não seja nada

Não há nada,

Não há nenhum Deus nesse mundo que não seja eu criando possibilidades infinitas

 Não há nenhum Deus em qualquer mundo possível que não seja eu

Manifestando possibilidades infinitas

 Não há nenhum Deus possível em qualquer mundo possível

Que não seja eu gestando possibilidades infinitas de criar

 Não há nada possível que não seja Deus

Nesse mundo e em todos os mundos possíveis e em mim

 Não há nada, nem mundo possível

Que não seja Deus, que não seja eu criando possibilidades

 Não há nada impossível

Então, não há nada que não seja eu

Que não seja Deus

Não há nada

Não há

Que não sejamos nós criando possibilidades infinitas, infinitas, infinitas...

 Não há nada

Não há

 Não há Deus

Não há eu

Não há nada

 Margareth Bravo

Leia mais no blog 

https://arturgumesfulinaima.blogspot.com/


o tempo tem seu avesso

para Prata Tavares in memória

 

cidade

quando penso nela

lembro

nossas angústias

dormem em camas

 

de

 ferro

madeira

ou

palha

 

nossas palavras

também são foices

facãos

ou

car/navalhas

 

nossos poemas

estiletes

canivetes

para rasgarem

o pano de luxo

das mortalhas

 

nossas mágoas

lavamos

nas águas do paraíba

 

enquanto eles

que pensaram

serem donos da cidade

assassinaram

e incineraram os corpos

na usina cambaíba


                                 Artur Kabrunco 

https://fulinaimargem.blogspot.com/


antropofagia

esse poema é um tratado
entre o poeta que tem fome de clareza
e sua musa simbolismo de beleza

se eu não beber teus olhos
não serei eu nem mais ninguém
disse o poeta a sua musa ainda esfinge

beber na fonte dos seus olhos
sem medo de ser feliz

ela completa
não quero poema em linha reta
ainda sou clarice/beatriz
             é ela quem me diz

mas eu não sou discreto
no abstrato do concreto
no concreto do abstrato

todo homem que tem fome
abapuru é o teu auto-retrato

Artur Gomes Gomes
Itabapoana Pedra Pássaro Poema
https://porradalirica.blogspot.com


Pedra Pássaro Poema

 era uma vez um mangue

e por onde andará Macunaíma

na sua carne no seu sangue

na medula no seu osso

 

será que ainda existe algum

vestígio de Macunaíma

na veia do seu pescoço?

 

na teoria dos mistérios

dos impérios dos passados

nas covas dos cemitérios

desse brasil desossado?

 

Macunaíma não me engana

bebeu água do paraíba

nos porões dos satanazes

está nos corpos incinerados

na usina de cambaíba

em campos dos Goytacazes

 

Macunaíma não me engana

está nas carcaças desovadas

na praia de manguinhos

em são francisco do itabapoana

 

Artur Gomes

Poesia Plural

Org. Chris Resplande

Editora Arribaçã – 2023

fotos: Artur Fulinaíma 

https://fulinaimacentrodearte.blogspot.com/


MAR ABERTO

 

Naquele dia

em que você me puxou

pelo braço

com força

para cima

eu já não respirava.

 

Michaela v. Schmaedel


dia de sol

de chuva

aqui dentro

já não sei

a previsão

é sempre incerta

mudança

é a única certeza

que me cabe

 

Renata Magliano

Trinta e Cinco Pausas

https://www.instagram.com/re.magliano/


A construção em camadas d’A inevitável fraqueza da Carne, de Wilson Gorj. [Por Rita Apoena, escritora]

No surpreendente romance de Wilson Gorj, A inevitável fraqueza da carne (Editora Penalux, 2023), temos uma narrativa que se impõe ao leitor, que o fisga desde a primeira frase e não o deixa abandonar a leitura antes da sua completa finalização. Isso porque a verossimilhança é plenamente alcançada pela bem elaborada construção das personagens. É por meio de suas atitudes e de suas interações que a sua psicologia resplandece, bem como os conflitos que os movem.

Como o romance mais interno é construído por uma das personagens – e temos aqui um romance dentro do outro – não temos elucubrações que o autor-personagem não poderia saber. Assim, os focos narrativos são usados de modo muito assertivo. Ponto para ele: a narrativa ganha em agilidade. Além disso, a linguagem é concisa, as cenas são dinâmicas, cirurgicamente colocadas, de modo que cada elemento em cena tenha um sentido preciso e profundo no texto. É como se, por trás de um texto “enxuto”, fossem escondidas muitas metáforas nas entrelinhas, de modo a ampliar a significação de cada elemento de criação.

Nessa narrativa, temos poucos personagens, mas habilmente construídos. Carlos é contador e um dos sócios de um escritório de contabilidade. Tendo estudado com o sócio na faculdade, mantém com ele boas relações. Há quatro anos, ele é casado com Luísa, uma mulher que tange a superficialidade das relações e que não demonstra muita sensibilidade por aqueles que a rodeiam. Quando Carlos perde o pai, ela não finge condolências nem se mostra muito sensível ao fato, mas imediatamente anima-se com o anúncio de uma herança, pois ela tinha por objetivo viajar para a Europa e decorar o quarto do filho que tanto esperava. Por mais que tentassem, entretanto, a gravidez nunca acontecia.

Ao longo de toda a narrativa, vemos a personalidade de Luísa ser construída paulatinamente e de forma bastante coerente, de modo a corresponder aos desenlaces da trama. Ao visitarem a propriedade, ela decepciona-se com o testamento modesto deixado para o marido, pois isto a afastaria do sonho de fazer uma grande viagem. Essa insatisfação é tão grande que ela cogita contratar um advogado para reaverem parte do apartamento que o pai deixara à ex-companheira.

De todo modo, vemos como Carlos vai aos poucos se subjugando frente aos sonhos e aos desejos de sua esposa. Ela geralmente não o questiona quanto aos planos em comum, ela os arregimenta por conta própria, ainda que ele tenha sido o único herdeiro. Mesmo os seus momentos íntimos não parecem ser por afeição ao esposo ou à construção da relação, mas unicamente para alcançar o seu objetivo: engravidar. Assim, Luísa parece ser, na trama, uma mulher um tanto egoísta, fútil e cegamente obstinada. Carlos, por sua vez, mostra-se muito pacífico e condescendente com todos que o cercam. Ele não é, contudo, um personagem sem falhas: ele abarca em si as vulnerabilidades e hesitações de um ser humano real. De qualquer modo, sabemos que um impulso não satisfeito, especialmente no que concerne aos desejos, mantém-se adormecido, mas luta por vir à tona, romper os mecanismos de defesa e se satisfazer. A meu ver, esse é o grande embate desse romance: a discussão sobre os instintos e a natureza humana. Por que não dizer: a própria natureza animal.

No início do romance, ficamos sabendo que a a mãe de Carlos, uma mulher forte e considerada por ele como a sua grande heroína, sofre de Alzheimer e vive numa casa de repouso, o que deixa Carlos um tanto culpado, pois a mãe, durante toda a sua vida, havia se sacrificado por ele. Mas ele tenta ser um bom filho, na medida do possível: diante da doença da mãe, assegura-lhe a estadia no melhor asilo da região, visita-a com frequência e lhe leva as suas flores preferidas. Tenta lhe proporcionar a vida mais digna que é capaz. Algumas vezes, tem de acompanhar o seu discurso em demência. Outras vezes, contudo, tem de mentir, dizendo-lhe que a levaria para casa.

Por razões que vamos descobrir no desenrolar da trama, o seu pai fora um homem muito distante. Desde criança, quando ele deixou a família para viver com a amante, Carlos e ele não mantinham quaisquer vínculos. Mas, com o tempo, o ressentimento que Carlos sentia pelo pai foi se desvanecendo. Desse modo, vemos que Carlos tenta ser um bom filho e um bom marido, ainda que as intercorrências do destino o coloquem muitas vezes à prova. Quando os vieses desse destino começam a suceder, ele é um homem em desamparo, em busca da sua família perdida, e que ele vira se esfacelar.

Com a morte do pai, Carlos recebe uma chácara como herança, e é a partir desse fato que a trama começa a se desenvolver, pois, com as idas frequentes à nova propriedade, Carlos conhece Maya, a filha dos caseiros, uma jovem muito bonita, estudante de Letras, por quem ele se sente imediatamente atraído. Quando ele a encontra pela primeira vez, ela lê um romance de Milan Kundera, A insustentável leveza do ser, que serve de referência e epígrafe ao belo romance de Gorj.
A jovem parece perceber o seu interesse por ela e não se mostra arredia, pelo contrário. A partir daí, Carlos empreende uma luta com aquilo que ele acha certo e os desígnios do seu desejo. Essa metáfora é ilustrada pelas repetidas aparições de uma jaguatirica nas imediações da chácara. Guiada por seus instintos e por sua fome, o animal busca as aves do local, mas é impedida pelas cercas de arame e pelos ferozes cachorros da residência. De modo análogo, Carlos também é, a princípio, impedido pelas circunstâncias, pela sua postura ética e pelas descobertas que faz.

O desenlace desse conflito é resolvido de modo surpreendente pelo autor, com uma reviravolta muito inteligente na trama. Além dela, o que mais surpreende na narrativa é o modo como o autor joga com as instâncias do real, criando várias camadas de realidade, como um romance por dentro de outro. Desse modo, há uma tênue linha divisória entre a ficção e a realidade, o que nos faz perguntar o que seria real e o que seria ficcionalizado, convidando-nos a outras leituras. Também surpreende, como dissemos, o modo como a narrativa ganha extrema fluidez, a ponto de não querermos deixar o livro antes da sua completa finalização.

Escreve o autor: “Os cães do caseiro, na casa ao lado, latiam sem parar. No galinheiro, as aves também pareciam alvoroçadas. Ele apontou a lanterna naquela direção e teve um sobressalto: a luz devolveu dois olhos vermelhos olhando fixos para ele […] Os dois, homem e felino, ficaram se mirando por um tempo […]. Como nas ocasiões anteriores, o facho da lanterna tinha o efeito de inibir seus movimentos, deixando-a sem ação imediata: as patas dianteiras já tocavam o grosso galho que se projetava sobre o muro. Ela virou a cabeça um pouco para trás […] e, saltando sobre o galho, avançou para dentro da árvore engolida pela escuridão.”

Como se vê, neste romance, a poesia de Wilson Gorj está na escolha cuidadosa de cada um dos elementos que compõem as inúmeras metáforas do texto. E essa percepção se aprofunda à medida que novas releituras são feitas. Essa construção em camadas só é possível em grandes obras literárias, feita por grandes autores. 


PRONOME

 

crianças correm descalças

escorre seiva ainda

calçadas desertas

e inquietas

ruas incertas e tortas

lua antes ungida

ora proibida

ora pro nobis

sem nome choram

sem normas coram

carolas frígidas

até que o dia clareie

até que a noite a lua leve

até amanhã, talvez

 

Marcelo Brettas

In florestas imaginárias 



https://fulinaimatupiniquim.blogspot.com/

sábado, 2 de março de 2024

despautério de torquália

despautério de torquália

 

nada demais

se o muro é pintado de verde

não sei se ainda quero ver-te

neste país do carnaval

 

lírico demais

se os planos são enganos

para mim tanto faz

as perdas e os danos

 

eu sou como sou: vidente

e vivo tranquilamente

todas as horas do fim

 

se o poeta é um anjo torto

a tarde já nos traz

o corpo de um outro morto

 

agora não se fala mais

toda palavra é uma cilada

o início pode ser o fim

do começo que não deu em nada

 

eu sou como sou: vidente

e vivo tranquilamente

todas as horas do fim

 

nada de  mais

se quiserem roer o osso

já não estou nem aí

como geleia até o pescoço

 

nada de mais

se a palavra é precipício

o que fica tanto faz

a poesia já não corre risco

 

Herbert Valente de Oliveira

leia mais no blog

https://fulinaimacarnavalhagumes.blogspot.com/

Todo Dia É Dia D 

Poesia Todo Dia


pela lei dos meus enganos

eu sou drummundo 

fulinaímico leviano

Zeus amante de Afrodite

mesmo que seja Vênus

e ninguém mais acredite


Olenka
para Olga Savary

ainda que seja tarde
arde
ainda em mim
tua voz selvagem
magma sumidouro
terra mato ouro
tua carne russa
ensolarada de pará
índia tupiniquim
ameríndia brazilina
ainda pulsa
em cada pulso
dos meus braços
seus traços
eróticos
da sá ferreira a ipanema 
no carnaval de palavras
que engendrou cada poema

Artur Fulinaíma

www.arturkabrunco.blogsot.com


espelho

 

permaneço no espelho

olhando tua fotografia

vestida de preto e branco

a(r)mada de baton grená

pelos poros poesia

 

se fosse te definir

ainda nem sei o que diria

 

talvez começasse assim

:

olga savary

hilda hilst

alfonsina storn

 

cecília meirelles

ana cristina césar

clara bacarim

 

por onde comeria?

 

flávia gomes

talvez seja o nome

que no poema escreveria

 

EuGênio Mallarmè

https://personasarturianas.blogspot.com/


sexta-feira, 23 de junho de 2023

Curso Teatro de Rua - Sarau Cultural


Curso Teatro de Rua

Terças e Quartas das 15 às 17h -

no Museu Histórico de Campos

Professores: Artur Gomes e Lucia Talabi

https://www.instagram.com/p/CthE-WJOD2F/

 

jura secreta 41

 

eu sou o outro

que habita

dentro do meu outro Eu

não a casca da capsula da carcaça

aqui de fora

o que se vê no espelho

é só miragem

Narciso mergulhado

à própria sombra

 

o cavalo na folhagem

esse sim é o que se vê na tela

quando a câmera revela

o concreto da outra pessoa que não sou

 

Artur Gomes

Do livro Juras Secretas – 2018

www.secretasjuras.blogspot.com


Sarau Cultural

As Multilinguagens no Museu

4ª Edição – 30 junho 19h

Local: Museu Histórico de Campos

 

Programação:

Abertura: Artur Gomes poema Pontal Foto.Grafia e Porque Só Rio poema de Adriano Moura

Música – Saullo Oliveira e Gabrielle Almeida e poema Muda de Aluysio Abreu Barbosa

Performance cênica - Paulo Victor e Jonas Menezes – poema Usina de Antôno Roberto de Góis Cavalcanti – Kapi

Dinâmica Teatral coletiva – com participação do público e alunos e alunas do Curso Teatro de Rua - Direção: Paulo Victor Santana

Produção: Artur Gomes, Guilherme Freitas, Paulo Victor Santana, Jonas Menezes e Saullo Oliveira

espaço aberto para os novos talentos da cidade


Direção: Artur Gomes

Leia mais no blog

Fulinaíma MultiProjetos

centrodeartefulinaima.blogspot.com

foto: Welliton Rangel


pele grafia

meus lábios em teus ouvidos
flechas netuno cupido
a faca na língua a língua na faca
a febre em patas de vaca
as unhas sujas de Lorca
cebola pré sal com pimenta
tempero sabre de fogo
na tua língua com coentro
qualquer paixão re/invento

o corpo/mar quando agita
na preamar arrebenta
espuma esperma semeia
sementes letra por letra
na bruma branca da areia
sem pensar qualquer sentido
grafito em teu corpo despido
poemas na lua cheia

Artur Gomes

leia mais no blog

Fulinaíma MultiProjetos

centrodeartefulinaima.blogspot.com



Nenhum comentário:

Postar um comentário

Por Onde Andará Macunaíma ?

o vôo de Heras EvoEros enquanto espero outras Eras primasVeras nesse quase verão/inverno que me tire desse purgatório  nó da gravata  quase ...