Artur Gomes
77 anos de vida
52 de Poesia Viva
Dia 27 de agosto 20h
Carioca Bar –Rua Francisca Carvalho de Azevedo 17 - Parque São Caetano
Próximo ao Colégio Estadual João Pessoa – Campos dos Goytacazes-RJ
Dia 11 de outubro 18h
Casa AmarElinha – Itaipu – Niterói-RJ
1º de Abril
telefonaram-me
avisando-me que vinhas
na noite uma estrela
ainda brigava
contra a escuridão
na rua
sob patas
tomavam homens indefesos
esperei-te 20 anos
até hoje não vieste à minha porta
- foi um puta golpe!
Artur Gomes
A Biografia de um poeta Absurdo
Suspeite da quietude e mansidão
Suspeite na calada da noite
Se puder ouvir com calma o coração
Não acredite muito
Se no meio das sombras
Não houver olhos a te espionar
Suspeite do silêncio Da calmaria
Você pode estar sendo vítima de uma trama
Que te quer calmo e covarde
Não fique parado muito tempo
Que apodrece e cria raízes que aprisionam
Não seja tão acelerado para não se diluir
Ah! Os pombos proliferam nas cidades
E as pessoas lhes dão o que comer
Se chove, correm para os parapeitos
Se o tempo é bom, é indiferente
Se reúnem, e ouve-se seus ruídos uniformes
Que se repetem, se repetem, se repetem...
E os abutres? Os abutres, sobrevoam ávidos!
Sim! Há outros pássaros!
Margareth Bravo
mulher\cidade
curto
poema
curto
enxuto
curto e grosso
amo poema osso
o corpo
velo\cidade
língua\dente
mulher\cidade
mesmo não fosse
em mim tanto seria
e o que antes não foi feito
estando assim claro faria
algum poema no alvoroço
amo
a vera\cidade
amarelinho lapa
cinelândia
qualquer encontro de surpresa
a noite na lua tesa
no parque das ruínas
um beijo na rua guesa
o olhar quase alucina
vidrado em sua íris\retina
no trenzinho pra santa teresa
Artur Gomes
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Não há nada que não seja Deus
Que não seja eu
Que não seja nada
Não há nada,
Não há nenhum Deus nesse mundo que não seja eu criando
possibilidades infinitas
Não há nenhum Deus em qualquer mundo possível que não
seja eu
Manifestando possibilidades infinitas
Não há nenhum Deus possível em qualquer mundo possível
Que não seja eu gestando possibilidades infinitas de criar
Não há nada possível que não seja Deus
Nesse mundo e em todos os mundos possíveis e em mim
Não há nada, nem mundo possível
Que não seja Deus, que não seja eu criando possibilidades
Não há nada impossível
Então, não há nada que não seja eu
Que não seja Deus
Não há nada
Não há
Que não sejamos nós criando possibilidades infinitas,
infinitas, infinitas...
Não há nada
Não há
Não há Deus
Não há eu
Não há nada
Margareth Bravo
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*
talvez fosse o amor
o impossível inalcançável
o que procurei
e nunca tive
hoje se o encontrar
com energias outras
sem paixão e sem desejos
o que já sangrei
tanta saudade
somente um beijo
possa estancar tanta vontade
ando dando os primeiros passos para articulista Adoniram
perdeu o trem das 11 passou às 7 para o largo do Arouche como ainda não sei o
paradeiro pergunto se irina já sambou em Madureira em sua vida severina se era uma vez um Mangue por onde andará
Macunaíma?
Eu estou pensando também passar um tempo no apartamento de Flora que fica no Méier e vasculhar umas coisas no Rio. Preciso achar uma sala equipada com equipamentos de som e Audiovisual para as Edições da Balbúrdia PoÉtica não quero continuar a fazer em Bar não, apesar e amar falar poesia nos bares desde sempre.
Eu tenho andado novamente à flor da pele e fazia tempo que a
sensibilidade andava tão presente na quinta feira no hotel chorei quando vi a
matéria sobre a Balbúrdia. E os
desdobramentos que vieram logo a seguir. O Rafael Gomide me convidou para um
almoço pois queria conversar comigo sobre a emoção que sentiu durante o tempo
que estava filmando. Disse-me que lembrou muito do pai um pintor que se perdeu
no alcoolismo
o
pensamento ontem deu cambalhotas andou de roda gigante dentro de uma montanha russa tal o abismo de sensações experimentadas ao mesmo tempo em que o pulso pulsa e a lagarta vira borboleta na metamorfose ambulante em que o poema voa atrás do trio elétrico só não vai quem já morreu me disseram isso em um dia marcado como sol de abril e o vento soprava para o lado norte onde nem sei se bem prazer ou sorte não ter-te dado um beijo na boca
Artur Gomes
Revirando A Tropicália
geleia geral arte que renasce
como grão de uma semente
plantada ao chão que Deus me deu
sempre Nu cio
ela moça que mora longe
me lança a flecha do outro lado do rio
Itabapoana Pedra Pássaro Poema
música da Tropicália
a sinfonia das águas
Jaz Free Som Balaio
para Moacy Cirne in memória
ouvidos negros milos trumpe nos tímpanos
era uma criança forte como uma bola de gude
era uma criança mole como uma gosma de grude
tanto faz como tanto fez
era uma anti-versão de blues
nalguma night noite uma só vez
ouvidos black rumo premeditando o breque
sampa midinight ou aversão de brooklin
não pense aliterações em doses múltiplas
pense sinfonia em rimas raras
assim quando despertas do massificado
ouvidos vais ficando dançarina rara
ao ter-re arte nobre minha musa Odara
ao toque dos tambores ecos suburbanos
elétricos negróides urbanoides gente
galáxias relances luzes sumos pratos
delícias de iguarias que algum deus consente
aos gênios dos infernos que ardem gemem arte
misturas de comboios das tribos mais distantes
de múltiplas metades juntas numa parte
Artur Gomes
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Nação Goytacá
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não me meto nessa treta
minha preta é mais discreta
querubim que me perdoa
não tenho pedra concreta
não vi nem gelo nem granizo
estando são no meu juízo
mesmo na ciência baseado
um grande back fumado
no meu senso mais atoa
só posso dizer que um peixe
vestido de pássaro alado
anda voando de almada
buscando a vida depenada
no cais do porto de lisboa
Artur Kabrunco
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a navalha na carne
pode cortar
pode doer pode sangrar
e ferir fundo
prefiro a dor do prazer
do que o riso
sub imundo
Federika Lispector
anti/bíblica
não vou guardar os sábados
em nome de Jesus
e me deixar crucificada numa cruz
que simboliza dor
aos sábados eu pratico a Arte
de fazer Amor
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jura secreta 39
o poema penso
fio suspenso no
Ar
quando teso
o poema preso
peixe surpreso no
Mar
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Toda Nudez Não Será Castigada
O face tem censurado e deletado postagens com a explicação de serem spam. na
verdade não sei o que isso significa, quando sabemos que o verdadeiro motivo é
provocado pelo "falso moralismo" que alastra com relação a arte
erótica, seja ela em que linguagem se expressa ou o espaço onde está exposta.
Apresentamos aqui o link de um blog com a poesia de Artur Gomes onde você
poderá ler poesias que tem sido censurada e denunciada aqui no face. Que tenham
todos uma boa leitura e uma bela viagem .
Toda Nudez Não Será Castigada
Artur Gumes
para Marko Andrade
ando entre a espada
o revólver e a navalha
o couro cobre a carne
como pano da mortalha
o grito preso na boca
e o relógio de músculos
move o sangue no asfalto
o beijo de cinzas
na quarta/feira antes do carnaval
subo os dois irmãos
o são conrado o vidigal
desce por um beco os farpados
deparo com o vinagre
os cacos de vidros quebrados
o brejo na curva
em frente os arcos da lapa
o samba que foi proibido
rasgaram a pedra do sal
poesia me vem dos dentes
das unhas da língua da carne
dos nervos das fímbrias
dos músculos matéria métrica
metáfora dos ossos
em tudo por onde tocar
ainda posso
existem almas mansas
leves limpas calmas
e também as espíritos de porca
como a minha
e a de Federico Garcia Lorca
Artur Gumes
com os dentes cravados na memória
nesses 18 dias já de quarentena venho re-visitando textos e
poemas inacabados, encontrei este que foi publicado na revista digital
Cronópios, acho que em 2008
Mamãe é Brega mas é Xique
Decididamente mamãe não ouve e nem gosta do "rei"
Roberto Carlos, porque não tem medo de lobisomem e desde os tempos em que lia
José Cândido de Carvalho sabe muito bem quem são os Coronéis. mamãe tem 95
rotações por minuto, mas não perde tempo diante da TV com o Encravo e a Rosa,
prefere assistir no TNT O Nome da Rosa, o filme, e fuma um baseado quando lê
Umberto Eco e passa a contar o que sobrou.
Mamãe é foda cultiva no jardim flores e trombetas e as vezes
sai pelos campos catando cogumelos e ervas cidreiras dizendo que o chá é bom
para o fígado, pois tem comido muitas flores que lhe dão indigestão. Mamãe ouve
Raul Seixas e sabe de cor toda letra de Ouro de Tolo, e acha que não está com
“a boca escancarada cheia de dentes esperando a morte chegar”.
Ela vai pra rua e solta os bichos: 4 gatos recém paridos que
amamenta com carinho como se outros filhos fossem, mamãe usa um crucifixo de
madeira no pescoço põe alho no bolso e diz que é para espantar as cobras e
lagartos que vez em quando aparecem no seu quintal pedindo votos.
Assim que a noite chega ela reza pra são Jorge Ogum Oxossi e
todos os caboclos da mata e da cidade porque acha que na cidade é que estão
todos os bandidos de colarinho branco. mamãe não dá sopa nem merenda muito
menos bolsa escola cheque cidadão e outros baratos e diz não acreditar em
esmola, já leu até Bertold Brecht e tem pena dos analfabetos políticos pois
acredita que é aí que se encontra a grande miséria humana com que os
aproveitadores continuam a se alimentar nos períodos eleitorais para enriquecer
suas contas bancárias cada qual com seus laranjas.
Esperta que só ela, mamãe aperta contra o peito uma estampa de Jesus Cristo e fala: “esse é o cara” não enganou o povo com passagem a 1 real taxa de iluminação pública bolsa família bolsa emprego ou bolsa escola, deu passagem de graça, e não precisou se disfarçar com outros nomes deu a cara a forca e não nasceu pra ser otário como jogador de futebol.
Artur Gomes
in - Viagens InSanas
março de 2020
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no Ar
não penso
atravesso
o portão da tua casa
o corpo em fogo
a carne em brasa
tudo arde
nas cinzas das horas
no silêncio da tarde
vou entrando sem alarde
sem comício
como o pássaro
que acaba de cantar
em pleno hospício
você pensa que escrevo em rua reta ou estrada sinuosa para você poesia é verso do inverso ou avesso de uma prosa? escrevi pscanalítica 67 em mil novecentos e sessenta e sete numa madrugada de setembro outubro quando visitei meu pai no henrique roxo e vi vespasiano contra a parede dando cabeçadas no manicômio mais uma vida exterminada e no fim das contas noves fora nada tudo o que eu queria dizer naquela hora explode agora quando atravesso o portão da tua casa o corpo em fogo a carne em brasa sem pensar estética estrutura estilo de linguagem sinto o desejo entre os teus mamilos a espera do beijo da esfinge que devora
Artur Gomes
PoÉticas ArturiAnas
carioca
baby
vamos passear
por São Conrado
pela orla de Ipanema
olhar os dois irmãos
a gente salta pra fora do poema
dá um beijo na Rocinha
e faz amor no Alemão
transa o sol Copacabana
num domingo da semana
depois das Dunas do Barato
ouvindo um disco da Gal
convida Marisa Mym Mesma
para as Pimentas do Reino
no altar do Reino de Zeus
depois uma noite na Lapa
como sempre a cara a tapa
até espantar fariseus
encontrar no Amarelinho
poetas veraCidade
que não matam em nome de Deus
Artur Gomes
Do livro O Poeta Enquanto Coisa
Editora Penalux – 2010
Prefácio Igor Fagundes
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mitologia itabapoânica
itabapoana a pedra submersa nas águas de são francisco hoje voa sobrevoa a lama da planície goytacá se desviando dos fungos criados por fezes e urina de ratos e morcegos que habitaram páginas de livros antigos fora e dentro dos arquivos - federika bezerra me conta que no período em que se hospedou no hotel amazonas recebeu informações de fontes misteriosas sobre o paradeiro dos tais ratos, morcegos e outros roedores que surgira dos esgotos da velha aldeia tupinambara quando seus integrantes passaram pela intrépida cidade
Gigi Mocidade
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Itabapoana Pedra Pássaro Poema
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