Vingança
A estrela de Salomão é o grande hexagrama místico,
a
mão da santa contra a inveja nos assiste.
Nós,
por sua vez, no Livro sumamos
subtraímos
angustias:
os
homens na fogueira
às
mulheres, desde a raiz do cabelo, tingido de amêndoa
e
púrpura
“Nunca
esquecer que o que é interno
possui capacidade recetiva para o externo
olho do seu adversário
(as vezes mesmo se admiram -os rostos -
mutuamente)”
Fugimos
pelo vale
ate
a fronteira onde aguarda o inimigo,
atento
(nunca
compassivo)
e
depois tornamos para morrer no país dos cedros
abertos
ao sol
da
luz do meio dia
despidos
Ninguém
fala destes fatos
quando
o mundo se incinera
e
o menino homem deixa de olhar com assombro
para
as fanáticas vidreiras
Existem
aqui dous caminhos que não confluem
por
diversos motivos
e
há, em ambas bandas, mães chorando pelos filhos
que
nunca retornam
-
dentro e fora do campo de extermínio,
como
se devêramos prever quotidianos os martírios
e
o menino com olhos indistintos, lindos,
começa
a olhar para os cadáveres acima
na
mesa de operações, na porta anexa ao vizinho
Na
velha cidade ainda habita “o bom samaritano”
com
os braços sempre estendidos a uma longa caminhada,
mais
já ninguém com memória
de
haver convivido, com alguém,
que
conhecera um amigo do homem santo adormecido
ou
daqueles seus antigos e prolíficos discípulos,
mora
em esta cidade
Desce
da montanha
em
sexta-feira
nossa
gente
-
alegre, caminha em este dia sempre alegre
participa
na esplanada da oração do meio dia,
irmão,
participa,
tu
também podes acrescentar um hino
e
por duas moedas comprar um descuido
Sabes:
eles
acham que para nascer seu Messias
é
preciso acabar com todas nossas conversas
tanto
com Deus como com seus anjos renascidos
Para
erguer seu Templo
devorarão
nossos filhos,
(para
o altar sempre é preciso um sacrifício)
Nós
lutaremos para seu sangue também conter seu próprio abismo:
em
ambas famílias somente fala a Vingança aquecida,
que
em ódio fragmenta a vida;
é
momento do cutelo – sobre aorta – sobre a frente
do
recém nascidos
-
põe o sangue às pingas na camisa…
Expulsa
a inocência do extinguido paraíso
“para
assim ouvir
melhor
o cordeiro caído no mundo”
Tenho
a estrela de Salomão,
no
coração a meia lua estendida
com
os dedos de ambas mãos sinalizando vosso destino:
não
lhe digas a ninguém que são filhas do mesmo princípio
Artur
Alonso
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