domingo, 14 de abril de 2024

Olga Savary


Presente da minha querida amiga La Bohéme
poema de Olga Savary a voz feminina do meu coração

E como a um mito,
amei-te como amo a chuva, como amo a memória do grito que a anunciava. É assim que fiquei, com a alma encharcada. Por isso, nada guardei de meu, nesta viagem, apenas horas mansas, onde juntos corremos sem segurança em meio aos trovões.

Por isso:

Quisera desabar sobre ti
como chuva forte.

As coisas são boas quando destroem
e se deixam destruir.

Só assim eu venho:
eco de profundas grutas,
nada leve
uma irrealidade
estar aqui.

Só sei amar assim
- e é assim que te lavro, deserto.

Olga Savary
Photography by X.Maya
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"Há homens que, de tão delicados, escrevem como mulheres. E mulheres que, por sua vez, escrevem como homens... 'Eu' não escrevo como homem, mas como uma mulher forte, sem melindres... 'porque' o poeta é um fingidor... finge tão completamente que chega a fingir que é dor a dor que deveras sente... 'na verdade, isso' é avesso do avesso... 'e' Pessoa era a pura verdade em poesia." — com Artur Gomes


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