TERRA
antes que alguém morra
escrevo prevendo a morte
arriscando a vida
antes que seja tarde
e que a língua
da minha boca
não cubra mais tua ferida
II
entre/aberto
em teus ofícios
é que meu peito de poeta
sangra ao corte das navalhas
minha veia mais aberta
é mais um rio que se espalha
III
terra, o que me dói
é ter-te devorada
por estranhos olhos
e deter impulsos
por fidelidade
URBANUS
debruçam no meu peito
sinais de sonhos, marcas
de fracasso
trafega entre meus dentes
vinhoto nas gengivas
saliva no bagaço
entre os bueiros
do meu ventre
coração em carne viva
sangra do homem
seus pedaços
Artur
Gomes
Do livro Suor & Cio
MVPB Edições 1985
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